quinta-feira, fevereiro 19, 2009

TROCAS Q VISAM LUCROS - ESTUDO DE CASO: DISNEY

TROCAS QUE VISAM LUCROS
Michael Eisner, presidente do conselho de administração e presidente da Walt Disney Enterprise, teve um desempenho extraordinário, fazendo as receitas crescerem, de 1995 a 1996, de cerca de US$12 bilhões para quase US$19 bilhões. Em 1995, Eisner contratou Michael Ovitz. Ele tinha os maiores astros de Hollywood em sua carteira de clientes e o conselho sugerira sua contratação devido aos recentes problemas de saúde de Eisner. Porem, 14 meses depois, Eisner despediu Ovitz, apesar de serem amigos, porque ele se mostrara um total fracasso no desempenho da função... mas deixou ali grande parte dos seus Contatos!

Havia, contudo, uma cláusula de indenização no contrato empregatício. Assim, pela demissão sem justa causa, Ovitiz recebeu US$ 38 milhões, mais a opção de adquirir três milhões de ações ordinárias da empresa. Isso ocorreu em dezembro de 1996. “Ele foi um dos piores executivos da história e saiu com essa fortuna após um ano”, comenta, ainda indignado, o palestrante.

Após mostrar o perfil (idade, cargos e outros dados) dos conselheiros da Walt Disney, o professor indaga: “O que há de errado com o conselho formado por Eisner?” Entre os problemas levantados, o principal foi o fato de Eisner ter colocado amigos entre os conselheiros, quando os acionistas não têm interesse em amigos, mas em ter profissionais competentes, que tenham interesse na empresa e não nos seus próprios negócios e interesses...

Além disso, o Conselho era em grande parte formado por idosos, que já haviam ocupado cargos na Disney no passado. Outro ponto crítico na Disney era a falta de separação entre os cargos de presidente --CEO-- e presidente do Conselho de Administração --Chairman--. Para Useem, o ideal é que sejam duas pessoas diferentes a ocupar esses cargos. “Nos Estados Unidos, porém, 75% dos presidentes de conselho de administração querem também ser presidentes”.

“Vamos supor que você seja Michael Eisner e esteja em uma reunião de conselho, na qual estão os acionistas furiosos com a saída de Ovitz. Qual seria sua estratégia para esta reunião?”, desafiou Useem.

Um dos participantes do evento, então, colocou-se no lugar de Eisner e disse, entre outras coisas, que ressaltaria o bom desempenho das marcas Disney. Useem relatou que Eisner, nessa reunião, agradeceu o apoio dos acionistas, dizendo que seu caráter impecável o havia ajudado muito... “O problema real é falar com transparência e este é um jogo cognitivo. Michael quer que os acionistas mantenham o investimento na Disney”, explica o palestrante.

Ele conta que, ao final de seu discurso, quando Eisner já estava se retirando, o maior acionista da Disney, Warren Buffet, que é também o maior acionista de várias empresas, sobe ao palco e abraça Eisner, dizendo: “Gosto de Michael.” Esse foi um aval importante para conferir credibilidade a Eisner e uma confirmação de que sua fala havia sido acertada.

Useem conta, ainda, que, na saída da reunião, Mickey Mouse e Pato Donald cumprimentavam cada investidor. “Todos têm um coração, então a estratégia de atingir os acionistas também pode ser emocional.” Para o professor, buscar o coração das pessoas é tão importante quanto buscar sua cabeça.

FONTE: HSM MANAGEMENT - Portal HSM On-line
http://www.hsm.com.br/canais/coberturadeeventos/smpmichael_useem2008/michael_useem7_300908.php

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