terça-feira, agosto 26, 2003

Mídia e Veiculação

A melhor amiga do homem

A evolução tecnológica facilitou a vida das pessoas como nem a ficção científica foi capaz de imaginar.
E vai fazer ainda mais!


por MILTON BELLINTANI
Otávio Dias de Oliveira /Ag. O Globo
e Luli Radfahrer



A vida real superou a arte...
Os supercomputadores não se tornaram mais inteligentes do que o homem nem tomaram as rédeas do poder, como apregoaram autores de ficção científica nos anos 50 e 60.
Em vez disso, a evolução tecnológica melhorou a vida das pessoas como esses escritores não foram capazes de imaginar. A máquina, e as formas de inteligência artificial desenvolvidas para fazê-la funcionar melhor, vem tornando o lar, doce lar, cada vez mais irresistível.

Assistir a filmes em casa confortavelmente em home-theaters sofisticados e aparelhos de televisão wide screen de até 60 polegadas, monitores de plasma e som digital puríssimo faz muitas salas de cinema parecer um programa menos atraente. A quase simultaneidade entre os lançamentos de filmes no circuito comercial e nas locadoras de DVD torna a tentação de esperar que o cinema vá até nossas casas, e não o contrário, ainda maior... Se isso já é bom, vai ficar ainda melhor dentro de poucos anos. Em vez de o telespectador se ajustar à programação das Emissoras, ela é que se adaptará às preferências dele, que escolherá seus programas favoritos e receberá, em seu aparelho, apenas aquilo que efetivamente deseja ver.

A TV por encomenda é apenas uma das facetas da Revolução do Sistema de Informação que está em andamento, comandada pela convergência das tecnologias de consumo. Num futuro mais próximo do que se imagina, todos os aparelhos domésticos conversarão entre si. Isso será possível graças às redes sem fio (wi-fi) e à transmissão de dados em alta velocidade...
O princípio é o mesmo da Internet e da Tecnologia da Terceira geração de celulares com Blue Tooth.
"A capacidade de alcançar o consumidor onde quer que ele esteja e de trocar dados acontecerá em redes de banda larga conectadas entre si", explica o presidente da Lucent Technologies no Brasil - empresa que é líder mundial em implantação de infra-estrutura e serviços para redes móveis 3G -, José Roberto Campos.
"Em alguns anos, as pessoas poderão acender as luzes, fechar as janelas ou checar o sistema de segurança de sua casa mesmo estando do outro lado do mundo."
Tão simples como, hoje, é tirar os recados da secretária eletrônica a distância!


A convergência das tecnologias em redes de alta velocidade revolucionará o trabalho, o estudo e o lazer

A Internet de alta velocidade aumentou a oferta de serviços de entretenimento voltados para o indivíduo. Pela rede, é possível ouvir e baixar músicas de qualquer país e de quase todas as épocas - gratuitamente ou a preços mais atraentes do que os de um CD inteiro...
Trabalhar em casa, por escolha ou necessidade, virou realidade para milhões de pessoas em todo o mundo!
Os celulares top de linha, o palm, o laptop e as câmeras digitais, fotográficas ou filmadoras transformaram cada pessoa potencialmente em uma estação móvel de trabalho...
A oferta de ensino a distância cresce em todos os níveis do ensino superior, com a abertura de cursos de graduação e de pós-graduação em grandes universidades brasileiras - como a de Brasília (UnB), a federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e a de São Paulo (USP).
Sem sair do país, já é possível fazer mestrado em universidades americanas e ate' européias!

Hoje, a Rede Mundial de Computadores é o principal veículo de navegação na superestrada da informação.
Quem não está plugado nela, não seria exagero dizer, é uma espécie de cidadão não-globalizado...
Nunca é demais lembrar que há dez anos a Internet comercial não existia.
Mas essa exclusividade não vai durar muito tempo!
Os celulares 3G cumprirão muitas tarefas que, por ora, somente a web é capaz de dar conta.
--O que a tecnologia não fará por nós daqui a mais dez anos?


Há dez anos, poucos imaginavam que a internet se tornaria um
instrumento de primeira necessidade


Sem fazer exercício de futurologia ou marcar data para novos saltos tecnológicos, o coordenador do Laboratório de Sistemas Integrados da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, João Antonio Zuffo, confirma que vêm por aí novidades tão boas quanto a Internet.
"A geladeira fará os pedidos e executara’ as compras do mês pela dona de casa informando ao supermercado que produtos estão faltando... Os cômodos da casa ajustarão a intensidade das luzes com sensores sensiveis, o ar-condicionado sera’ ajustado de acordo com sua preferencia e a música ambiente tocada na sua residência e veiculo, serão sintonizadas às preferências dos moradores", afirma com propriedade o PhD. Luli Radfahrer do Laboratorio de Orientação Visual da ECA/USP no 9o. Ciclo de Design em Web na UERJ. http://www.luli.com.br/ luli@luli.com.br

Zuffo e Radfahrer sabem o que dizem!
Eles não ficam sentados em sua salas na USP, esperando o futuro chegar...
Em vez disso, Zuffo comanda uma equipe de 350 pessoas, e 40 doutores em Engenharia da universidade, em projetos futuristas para empresas e governos. "Criamos um pneu inteligente, a pedido da Pirelli, capaz de medir a temperatura e o desgaste dos pneus, além de sua localização por GPS. Como fizemos isso?!? Injetando um microchip no pneu durante o processo de fabricação." A pedido do governo federal, Zuffo e equipe desenvolveram um projeto de TV interativa para ser usado pelo Ministério da Educação em escolas da rede pública. "Por meio dele, a baixo custo, as escolas terão acesso a redes de computação e estarão integradas com mais eficiência ao sistema de ensino."


Num futuro próximo, a geladeira informará ao supermercado
os produtos que estão faltando


O carro do futuro também conversará com as Redes de Comunicação.
Você talvez não tenha se dado conta, mas computadores de bordo já atuam como uma espécie de cérebro auxiliar do motorista, comandando funções rotineiras como a queima otimizada de combustível, a redução de emissão de gases poluentes e a regulagem dos freios.
Em pouco tempo, farão bem mais que isso...
Eles saberão quando reduzir a velocidade para evitar colisões, consultarão mapas e informações de trânsito via rede para indicar o melhor caminho, manterão a velocidade adequada para cada avenida e liberarão o motorista de tarefas mecânicas, como trocar marchas e sinalizar mudanças de pista. Com isso, ele poderá desfrutar melhor do sistema de som e imagem instalado no possante. Em vez de ouvir o noticiário, poderá vê-lo enquanto aguarda o semáforo abrir!

Luli ao ser indagado sobre o Conteudo e Design em sites de Internet, informa que e' 'Glamorous', e afirma ser chic a seguir a profissao de webdesigner no Brasil.
"De vez em quando me surpreendo com a quantidade de pessoas que falam a respeito de webdesigners e de webdesign com a maior naturalidade, a tal ponto de não duvidar que ser webdesigner deve até ajudar a vida sexual de muita gente, garantindo boas cantadas (ei, princesa, vamos fazer uma multimídia no meu apê?) ou até servindo de pontapé inicial para muito papo furado regado a álcool.
Em outras palavras: está na moda ser webdesigner. É muito chic. Ou, em português, é hype. É cool, cult, fashion, hip talvez. Ainda mais sexy se o webdesigner usar um Macintosh, programar flash, usar dreamweaver, fazer arquitetura de informação para sistemas WAP. Como diria o Chico:“ai, quem me dera ser garçom –ter um sapato bom– quem sabe até talvez –ser um garçom francês– falar em champignon –falar em molho inglês– pra te dizer gentil”.
Como reconhecer um webdesigner? Eles são coloridos, ué. Usam cabelos coloridos, sobrancelhas coloridas, tatuagens coloridas, roupas coloridas, piercings coloridos. Mais ou menos como os clubbers, mas com uma atitude mais cyber, meio Londres, se é que você me entende, mano. Se não entender, azar: você está por fora, unplugged, não ouve MP3, não tem número de ICQ, nunca levou um iBest, não tem página pessoal, é analógico, não existe.
Todas essas cores, infelizmente, nem sempre correspondem a idéias igualmente coloridas. Já vi muita gente colorida com portfólio vagabundo, com páginas que contam o número de visitantes, cheios de GIF’s de quinta categoria, letras que voam e se deformam, usando todos os exemplos de animação pré-programada, copiando modelos de sites de sucesso, com os links à esquerda da tela ou botões tridimensionais que mudam de cor quando são clicados, usando cliparts em ícones que precisam de legendas etc., etc., etc… Ah, se um gênio me desse um único desejo, eu desinventaria a clipart e alguns programas de ilustração –a fome mundial bem que poderia esperar um pouco.
Mas afinal, o que é um WEBdesigner? Que centauro é esse que a mídia gosta tanto de popularizar? Qual a sua formação? O que ele tem que fazer profissionalmente? Seriam os webdesigners designers que entendem de web? Mas existe gente que não entende de Web hoje em dia? Ou seriam eles designers que sabem programar? Seriam eles, enfim, designers? Diretores de arte? Ou programadores enrustidos?
Na minha humilde opinião, sejam o que forem, eles estão extintos: são resultado de uma época em que não era possível separar o design da programação e os coitados perdem um tempo enorme na geração de excrescências do tipo tabelas HTML para fatiar as imagens.
Por sovinice de patrões que não entendem direito de design, muitos designers coitados são obrigados a programar. Mal sabem seus chefes que os resultados obtidos por um designer-programador estão bem longe de ser a soma dos de um designer com os de um programador, muito pelo contrário.
Acredito sinceramente que designer é designer e ponto final. Designers gráficos usam programas gráficos, designers de TV usam programas de vídeo, designers de produto usam programas de modelagem, designers de websites usam GoLive, Flash ou Dreamweaver, da mesma forma que administradores de empresas usam Excel e não precisam saber de cor a tabuada do oito, a raiz quadrada de três ou o logaritmo de doze na base quatro. É o talento e a dedicação que fazem um designer, não uma roupa colorida e uma atitude fashion. Não estou dizendo que não se deva usar roupas coloridas ou tingir os cabelos de verde (pois estaria dando um tiro em meu próprio pé), mas que isso não é condição obrigatória nem suficiente para ser designer. Em outras palavras, essa é uma profissão como qualquer outra, e, se você for bom, vai acabar se destacando mesmo que tenha o fenótipo de um professor de química. Aliás, muitos amigos meus, designers de muito talento, não se intitulam webdesigners e usam roupas normais, como gente normal.

A Internet está tomando posse do glamour que já foi da propaganda nos anos 80: atrai pessoas de todos os tipos, inchando o ego de muitos e premiando gente que não tem necessariamente tanto talento assim. Convivo com publicitários (e com alunos de publicidade) há aproximadamente vinte anos e achei que já tinha visto de tudo em termos de arrogância e atitude vazia, mas percebo que as piores partes desse filme estão sendo reprisadas. Ficarei contente quando a Internet deixar de ser moda, pois isso atrairá para a profissão somente gente séria e compenetrada, disposta exclusivamente a fazer um trabalho com muito tesão, o que, afinal, é o que nos mantém vivos e criativos, não um cargo de “criativo” em um departamento homônimo."

URL: http://www.design-rafico.com.br/luli122000.htm



O que pode parecer peça de ficção científica está mais próximo do que se imagina...

Já há no mercado produtos como um kit veicular viva voz acoplável ao encosto do banco do motorista, o Nokia 610, que capta o sinal do telefone celular e libera o condutor de usar as mãos para atender ligações - e também efetuá-las no caso de o aparelho possuir comando de discagem por voz.
O futuro já se fez presente e esta' tomando espaço, cada dia mais na nossa Rotina em doses homeopáticas.

* texto para uso exclusivo em Sala de Aula editado pela Profa.Regina Rianelli, jornalista, a partir do
http://epoca.globo.com/especiais/2004/tecnologia/abre.htm



HISTORICO:
Invenções que mudaram o mundo e sobreviveram ao tempo
LUZ ELÉTRICA(1879)
O desenvolvimento da lâmpada incandescente pelo americano Thomas Edison é o marco da
captura da energia elétrica. Ela alavancaria o desenvolvimento da indústria e revolucionaria o modo de vida das pessoas.
Hoje: cerca de 90% das casas, no Brasil, possuem luz elétrica.
Nos países desenvolvidos, esse número é de quase 100%

FOTOGRAFIA(1839)
O pintor e físico francês Louis Daguerre descobre que a imagem pode ser capturada e reproduzida por meio de uma câmera escura.
Em sua homenagem, durante os primeiros anos, a máquina fotográfica era conhecida como daguerreótipo.

Hoje: a imagem digital, que dispensa filme e revelação, transformou a fotografia em um hobby de milhões de pessoas em todo o mundo

CARRO(1886)
O engenheiro alemão Gottlieb Daimler desenvolve o primeiro veículo de quatro rodas movido por motor a gasolina.
O veículo é considerado o primeiro automóvel da História.

Hoje: o carro é o principal meio de transporte da atualidade

TELEFONE(1876)
Embora vários inventores estivessem trabalhando no projeto do telefone, foi o escocês Alexandre
Graham Bell quem realizou a primeira ligação entre dois aparelhos.
"Doutor Watson, preciso do senhor aqui imediatamente", foi a primeira frase
pronunciada ao telefone para um de seus assistentes.

Hoje: cada vez mais o celular facilita a vida do usuário em todos os sentidos

COMPUTADOR(1945)
Embora a invenção do computador pessoal date do fim dos anos 70, ele está
prestes a completar 60 anos. O primeiro, o Enniac, pesava 30 toneladas, usava
cartões perfurados e tinha, entre outras funções, de fazer cálculos de balística
para o Exército americano. O desenvolvimento de microprocessadores permitiu
a criação de computadores pessoais de mesa e portáteis, os laptops.

Hoje: o computador se tornou uma ferramenta indispensável na vida
cotidiana, seja profissionalmente, seja como instrumento de pesquisa,
comunicação pessoal e entretenimento

RÁDIO(1896)
Criado pelo italiano Guglielmo Marconi, o rádio teria sua primeira transmissão realizada na virada do
século XIX para o XX, em 1901. Ele enviou ondas de rádio de um balão, na Inglaterra, que foram
captadas na Costa Oeste dos Estados Unidos.

Hoje: o rádio trocou o entretenimento dos primeiros tempos pela prestação de serviços. Nisso, é imbatível

SATÉLITE(1957)
O Sputnik, russo, foi o primeiro satélite lançado no espaço.
Criado para pesquisa espacial, seu uso foi ampliado para estudos
meteorológicos a partir dos anos 60. O Telstar, primeiro satélite de
comunicações, foi lançado, em 1962, pelos Estados Unidos.

Hoje: a idéia de Aldeia Global, para ser real, depende 100% dos satélites


TELEVISÃO(1924)
A primeira transmissão, para a comunidade científica, ocorreu em Londres e foi captada em um aparelho de
30 linhas de definição. Era possível ver apenas o contorno de imagens de pessoas. Na França,
a primeira transmissão foi feita em 1935, da Torre Eiffel.
Nos Estados Unidos, em 1939.
No Brasil, em 1953.

Hoje: a TV é o principal meio de entretenimento das pessoas.
No futuro próximo, cada telespectador montará a própria programação

INTERNET (1969)
Criada para fins militares, a comunicação em Rede por computador passou a ser
usada para pesquisa em universidades nos anos 80 e ganhou uso comercial na
metade dos anos 90.
No Brasil, o serviço foi implantado em 1995.
Em 2000, o país adotou o sistema de banda larga.

Sala de Aula pode receber em Vídeo-Conferencia o talentoso Stephen Bowden e conversar em tempo-real com nosso alunado sobre Marketing, Web trends e novidades imagéticas desde a Inglaterra ate’ o Brasil! E depois, generosamente nos brinda com uma foto memorável sobre o Evento: e=mc2
http://www.usefilm.com/image/449267.html

Há dez anos, a Rede Mundial não existia...
E hoje, não dá nem para imaginar como seria a vida sem ela!




ESTETICA APLICADA NA MIDIA ELETRONICA

por Valter Bonasio


Conhecendo a televisão

Penso que é tempo de a televisão ser feita não só por instinto, e sim com conhecimento, talento e responsabilidade. A câmera, o microfone ou qualquer computador não criam, mas sim as pessoas que utilizam ferramentas. Por isso é necessário conhecer as técnicas desenvolvidas por profissionais que dedicaram a vida à televisão e, através de suas experiências, imprimiram uma metodologia eficiente e efetiva na arte de fazer TV. A Internet inovou na mídia eletrônica, ampliou a capacidade e o acesso na distribuição de sinais de áudio e vídeo. Mesmo nas mídias inovadoras, porém, quando se trata da produção audiovisual, as mesmas regras e procedimentos desenvolvidos ao longo de décadas de cinema e televisão se aplicam. Por esse motivo acredito que este livro pode ser útil a qualquer tempo e em qualquer processo de produção audiovisual: programas jornalísticos e de entretenimento, para TV aberta/cabo e Web TV, videoeducação, videomedicina, videoempresarial, e tudo o que se refere à produção de um programa composto por imagens e som, que tem como finalidade comunicar com o telespectador.

A estética aplicada na mídia eletrônica
Entender os princípios da estética na mídia é pré-requisito de qualquer produtor ou diretor de televisão.
Os profissionais de televisão não podem contar unicamente com seus instintos quando codificam mensagens. Precisamos adquirir conhecimentos e habilidades para selecionar e aplicar aqueles elementos estéticos que nos ajudam a traduzir idéias em mensagens com eficiência, efeito e previsibilidade.
Restrições cada vez mais rígidas de tempo e dinheiro não permitem o luxo de produzir várias versões da mesma mensagem ou de um mesmo programa antes de decidir qual versão é a mais efetiva. Não cabe no negócio televisão, que tem seu custo calculado por minuto, ficar fazendo experimentos.
São períodos de 360 minutos ou seções de 6 horas de gravação, conforme legislação trabalhista, que determina a jornada dos profissionais que trabalham no rádio e na televisão. Tratando-se de produção audiovisual, é sempre pouco para muita coisa que se tem a fazer. O estudo da estética aplicada na mídia proporciona técnicas e critérios para produzir mensagens que funcionam na primeira tentativa, depois é afinar os detalhes.
Com imagens sendo usadas mais e mais para comunicação, o telespectador tem de saber como "ler" visualmente para poder entender o sentido das mensagens visuais. No papel de comunicadores, usando uma mídia visual, produtoras e emissoras de televisão precisam saber o que as imagens significam para o telespectador, para poder planejar uma comunicação visual efetiva. Elas também precisam saber como o som fornece sentido para acompanhar imagens visuais.
O sentido prático da estética foi muito bem definido pelos gregos: aisthetike"senso de percepção". A estética não é um conceito abstrato, mas sim um processo no qual examinamos um número de elementos da mídia que estamos trabalhando, no nosso caso a televisão, estendida para o visual das Web mídias. A estética tradicional é baseada na restrita análise dos trabalhos já existentes, servindo como síntese para a criação de produtos para televisão.

A visualização do pensamento
Para ajudar você a começar a pensar visualmente e a pensar na televisão como forma de arte, conheça alguns princípios básicos da estética e como podem ser aplicados nas artes visuais.

Estas aplicações práticas dos princípios estéticos ajudarão você a usar a tecnologia da televisão para produzir mensagens visuais efetivas e criativas, que são representações razoáveis e honestas da realidade, ou a criar novas realidades no contexto de uma história.
A estética é área da psicologia que lida com a beleza, arte e se relaciona com a realidade do dia-a-dia. Antigamente, somente as artes nos museus eram enfocadas nesse tipo de estudo. Artesanato e coisas de uso cotidiano não eram consideradas "especiais", como escultura e pintura. O que os artistas faziam para produzir grandes obras de arte era diferente do que as pessoas faziam no seu dia-a-dia. A maneira que as pessoas respondiam a uma obra de arte também era diferente da maneira como respondiam às experiências na vida cotidiana.
Os artistas expandiram suas técnicas usando materiais da vida cotidiana como tema e como mídia. Por exemplo, alguns artistas pararam de usar pincéis e passaram a aplicar a tinta e outros materiais diretamente nas telas. Outros começaram usar plástico e outros materiais novos. Alguns críticos chamavam isto de pop art ou "arte moderna", invés de belas artes (arte fina). Outros, ainda, diziam que era simplesmente trazer arte fina mais próxima à vida.
Quando a televisão começou, a maioria a imaginava como uma "caixa de visão", trazendo "rádio visual" e filmes.
As raízes da palavra TELEVISÃO são elementos de palavras significando "visão a distância". Embora algumas pessoas vissem a possibilidade de trazer obras de arte de museus até milhões de lares através da televisão, poucas pensaram na televisão como uma forma de arte distinta. Alguns produtores de televisão exploravam a nova mídia, como os artistas de cinema tinham feito antes. Com a tecnologia cada vez mais acessível, a "videoarte" começou a ser produzida em vários estúdios experimentais.
A televisão pode significar muitas coisas, incluindo arte, ofício, até uma bela arte. Independentemente da etiqueta, qualquer discussão sobre a estética na televisão, obrigatoriamente, começa com a relação entre televisão e realidade. Isto porque imagens, visuais e auditivas, são experiências sensuais. Os olhos vêem, os ouvidos ouvem e o cérebro registra as imagens e sons.
Ainda criança, aprendemos reconhecer e associar significados a formas, sons e até cores. Por exemplo, os tons verde e azul parecem gelados e calmantes, o vermelho e o laranja parecem quentes e excitantes. Estes sentimentos nascem da nossa percepção e memórias das cores na natureza... grama verde, água azul, fogo vermelho, etc.
Mas as imagens de televisão não são a realidade. Elas apenas a representam. Porque a televisão é representativa, suas imagens de vídeo e áudio podem ser manipuladas. A percepção de realidade da audiência também pode ser manipulada. Esta capacidade coloca sobre produtores de televisão uma enorme responsabilidade de representar a realidade honestamente, justamente e acima de tudo com responsabilidade.

A aplicação da estética
Artistas e estudiosos de estética têm perguntado por mais de dois mil anos: "O que é a beleza?", "O que é arte?"
Nem todos têm a mesma resposta, pois somos seres individuais num mundo diverso. Existem conceitos básicos, porém, que podem nos ajudar organizar as respostas e aplicar alguns princípios estéticos na construção de imagens visuais.
A aplicação de princípios estéticos na criação de uma obra de arte começa com e audição. Todos nos temos visto paisagens e pessoas belas. Já ouvimos bonitos sons na natureza. O que os faz bonitos? Suas formas? Suas cores? Quais outros fatores? Respondendo a essas perguntas, estamos identificando os elementos que compõem imagens agradáveis para nós.
Quando vemos pinturas ou fotografias belas, é porque elas contêm os mesmos elementos que a natureza? É porque intensificam a realidade da natureza? É porque contêm elementos que não existem na natureza? E como responder sobre o que é belo e feio?

Nossa percepção
A percepção humana funciona em termos de relacionamentos contextuais. Numa corrida no jóquei, um cavalo parece estar indo rápido em relação a outro cavalo mais lento, ou em relação a um objeto parado. Um objeto é grande em relação a um objeto menor, uma placa luminosa pode produzir luz intensa numa noite escura, mas esta mesma placa iluminada parece apagada quando projetada sob o sol do meio-dia.
O cérebro humano ficaria sobrecarregado se tivesse de processar toda informação que nossos sentidos são capazes de transmitir. Isto não acontece porque ele utiliza um mecanismo que permite simplificar a percepção para facilitar a administração de tanta informação. Nosso sistema de operação mental tem embutido um certo grau de "preguiça perceptiva", que filtra sensações que atingem a visão e a audição, protegendo-nos do excesso de informação.

Atenção seletiva
Nós estamos mais atentos às coisas que nos interessam. A mesma foto pode ser vista de forma diferente, dependendo de cada pessoa que vê e o que está procurando. 1). As experiências, crenças e cultura de cada um também impõem filtros à percepção. As pessoas tendem a ver o que elas estão predispostas a ver, aquilo que bate com seus preconceitos.
Alguns de nossos processos perceptivos são tão fortes que reagimos a certos estímulos estéticos de forma previsível, mesmo sabendo que estamos sendo manipulados.

É fácil prever como a maioria de pessoas vai reagir a diversos estímulos de natureza estética. Quando alguém entra em uma sala onde todos os quadros decorativos estão tortos, este inevitavelmente vai dar um jeito para alinhar os quadros. Essa reação a um forte estímulo estético, a de ficar ereto sobre chão nivelado, tem a ver com o mesmo princípio que aplicamos quando utilizamos um ângulo de câmera oblíquo (inclinado) para deixar uma cena mais dinâmica.
O contexto estabelece um código que dita, até certo ponto, como você interpreta algo e como você vai sentir sobre o que vê. A arte, porém, nas suas mais variadas formas, leva a contrariar esta automatização, a perceber eventos de vários pontos de vista e a passar do simples olhar para a compreensão.
Quando procuramos apenas informação que reforce nossa projeção pessoal de realidade e somos tão facilmente manipulados pelo contexto, como podemos alcançar uma visão do mundo relativamente livre de preconceitos?
As belas-artes tentam há séculos quebrar esse ciclo vicioso.
A televisão, independentemente do gênero do programa, para ter valor, tem de fazer a mesma coisa. Dependendo de onde você coloca uma câmera ou microfone, qual campo de visão ou ângulo de câmera que você seleciona, a audiência reage imediatamente.

Conhecendo a televisão
A televisão no Brasil tem mais de 50 anos e já sofreu transformações tecnológicas surpreendentes. Da TV ao vivo para o videoteipe, da TV preto-e-branco para a TV em cores, da TV local, para a TV mundial via satélite, da TV análoga para a TV digital/interativa e agora em alta definição/multiprogramação.
É importante, para entender a televisão, conhecer suas capacidades e limitações, técnicas e equipamentos. Este é um veiculo em constante metamorfose e crescimento, um dos únicos veículos de comunicação de massa espalhado por todo o planeta. É uma mídia que auxilia na divulgação de outras mídias; o cinema, o teatro, o rádio...
Os equipamentos usados em televisão sempre limitaram a qualidade final do produto, isto até pouco tempo atrás. Com o avanço tecnológico, os equipamentos estão cada vez mais com melhor qualidade e com preços acessíveis.
Hoje é possível, com um orçamento modesto, conseguir uma estrutura técnica com qualidade superior ao que uma rede de televisão possuía há poucos anos. As câmeras digitais, com seus tamanhos reduzidos e sua qualidade superior, fizeram com que se multiplicassem produtoras e estações de televisão locais pelo mundo a fora, o que significa que a qualidade técnica aumentou a eficiência na produção audiovisual.
Televisão é mistura de arte e ciência, e todos os profissionais de televisão têm um componente de criatividade a ser aplicado por intermédio dos equipamentos ou de suas áreas. Isso significa que é importante saber operar tais equipamentos para tirar o melhor resultado que eles oferecem, mas a dose necessária de talento sempre vai depender de você e da sua dedicação.
A mídia televisão é usada não só para transmissão (broadcasting), mas também em circuitos fechados, para treinamentos, vendas, entretenimento... Esse é um dos raros segmentos de mercado, sempre em crescimento. Por esse motivo a concorrência faz com que a procura da melhor qualidade e dos melhores resultados seja um objetivo constante.

Equipe de televisão
Muitas mudanças ocorreram na produção de televisão nas últimas décadas, mas um fator constante tem sido a natureza da televisão; o de ser um esforço de equipe que necessita das habilidades de uma variedade de artistas e técnicos para produzir uma programação de sucesso. A televisão é a soma dos esforços coordenados de indivíduos habilidosos que constituem uma EQUIPE DE TELEVISÃO.

Equipe de produção/Equipe técnica
A equipe de produção é composta por pessoas cujas funções são consideradas "criativas": produtor, diretor, redator, gerente de palco e uma variedade de assistentes.
A equipe técnica é composta por indivíduos que trabalham com equipamentos e maquinarias: diretor técnico, engenheiro de áudio, operadores de câmera, iluminador, operadores de áudio, supervisores, assistentes e técnicos diversos.
Embora o diretor seja considerado parte da equipe de produção e não opere os equipamentos, um bom diretor precisa ser bem informado sobre as capacidades e limitações dos equipamentos que está utilizando (câmeras, microfones, luzes, etc.). Conhecer os equipamentos é tão importante quanto conhecer os ângulos de câmera ou dirigir um apresentador ou um ator.
É fundamental saber como melhor usar os recursos dos equipamentos disponíveis para a produção. O mesmo ocorre com a equipe técnica, que precisa, além dos conhecimentos operacionais, também, de "criatividade" para realizar um bom trabalho. Um bom operador de câmera, além de ter conhecimentos técnicos para operar seu equipamento, deve também ser criativo para compor boas tomadas para o diretor.
Para explicar a composição de uma equipe de televisão e mostrar como todos os elementos combinam, segue uma breve descrição dos membros principais de uma equipe e suas responsabilidades básicas durante a produção de um programa.


FUNÇÕES DE UMA EQUIPE DE PRODUÇÃO

Produtor executivo
Em produção independente, o produtor executivo é o dono do programa: desenvolve o conceito, o orçamento e escolhe o diretor; trabalha juntamente com o redator, desenvolvendo o roteiro do programa; aprova as escolhas do diretor em relação à luz, ao cenário; e supervisiona e coordena toda a pré produção. Em emissoras de televisão, o papel do produtor executivo cabe ao diretor-geral do programa ou ao diretor de núcleo.

Na montagem e ensaios
Produtor executivo / Diretor-geral (TV)

Supervisiona todas as atividades de produção, assiste a todos os ensaios, como se fosse o mais exigente teles-pectador, e anota todas as mudanças necessárias para melhorar os resultados. Mantém a produção dentro do orçamento. Aprova mudanças que aparecem de última hora.

Em produção - Produtor executivo
Em programas ao vivo, ajuda o diretor no necessário. Em programas gravados, trabalha junto com o diretor nas tomadas a serem usadas no produto final.


Dirigindo
Como diretor de televisão, você estará envolvido na coordenação de muitas responsabilidades, envolvendo pessoas, equipamentos e orçamento. É importante para um diretor considerar a existência de alguns pontos que nós chamamos de "a psicologia da direção". O diretor solicita sugestões e conselhos, mas também é capaz de tomar uma decisão firme quando necessário. Quando o diretor demonstra controle, ele passa segurança para o elenco e a equipe. Um diretor que parece estar incerto, disperso, que grita com membros da equipe comunica insegurança para todos, o que pode resultar em uma performance insegura e nervosa. Um bom diretor se comunica abertamente com a sua equipe e de preferência com o tom de voz seguro e sempre que possível, sereno.
A tarefa de um diretor inclui: seguir o Roteiro (Script), escutar o áudio, monitorar o tempo de duração, assistir aos mo-nitores de câmera, dar comandos aos operadores de câmera e talento, e manter algum tipo de perspectiva objetiva da produção. Por tudo isso, é comum diretores iniciantes serem subjugados pela excesso
de informações. Uma maneira de começar bem uma produção é desenvolver a idéia de que tudo o que acontece no programa deve acontecer porque você, o diretor, quer que aconteça. Se você, porém, não tomar muito cuidado, esses muitos elementos podem começar a sair de controle, forçando-o a tomar conta de eventos que já ocorreram, em vez de fazer com que as coisas aconteçam de acordo com o seu comando. Quando isso ocorre, o programa saiu do controle do diretor, e isto acontece com todo diretor uma vez ou outra. Perceba o que está acontecendo e tente se recuperar diminuindo a velocidade dos acontecimentos, indo para um plano aberto e ficando lá até encontrar o ponto certo para continuar. É como pilotar um avião descontrolado, com o comandante em pânico: a probabilidade de a tripulação conseguir dominar o avião é muito pequena.

Comunicação do diretor
A comunicação entre os membros da equipe de produção pode ser feita pelo microfone instalado no switcher, de onde o diretor pode falar com a equipe no palco, através de um alto-falante no estúdio. Dessa forma, a comunicação passa a ser simultânea com todos os membros do elenco e da equipe que não estãousando os fones de ouvido. Outra forma de comunicação é o diretor manter contato com os operadores de câmera e outros membros da equipe de produção através de um sistema de comunicação de fones de ouvido (intercom), às vezes chamado de "linha privada" (LP). Quando alguém entra pela primeira vez na sala de controle/switcher, vai ouvir comandos do tipo: "Corta para 4". “Câmera 2, pan para direita e fechando em zoom lento até plano médio de busto no apresentador.” “Operador de caracteres, inserir gráfico.” “Pronto para rodar o VT.” “Roda VT.” “Fusão para a vinheta.” “Fade para o preto.” Cada um desses comandos se refere às operações de produção específicas e são seguidos pela equipe de produção durante o ensaio e a produção. Uma vez que tudo acontece tão rapidamente durante a produção, o diretor deve se comunicar com sua equipe de forma precisa, rápida e eficiente, por isso foi criada uma nomenclatura que simplificasse e agilizasse a comunicação entre o diretor e os operadores de câmera. Essa nomenclatura, assim como na aviação, absorveu palavras da língua inglesa e adaptou-se para o português, transformando nossa nomenclatura híbrida americana e brasileira.
Em programas ao vivo e coberturas esportivas ou jornalística, o diretor pode usar um "sistema de ponto eletrônico", que atualmente chega a tamanhos realmente pequenos e com qualidade de recepção de áudio, facilitando sua operação.
Embora o diretor possa se comunicar imediatamente com qualquer membro da equipe que esteja usando o fone de ouvido conectado ao sistema LP – (linha privada), o tempo entre o comando e a ação é curto, caso contrário o ritmo do programa passa a ficar comprometido. Diretores devem tomar cuidado para passar seus comandos ou informações, pois podem confundir quem está falando simultaneamente com outra pessoa.

A relação entre diretor e produtorÉ muito importante, na pré-produção, que o diretor e o produtor concordem na interpretação e método que vão ser usados no programa. Uma vez que isso é feito, muitos problemas podem ser resolvidos. Se o produtor e o diretor não concordam na interpretação nesta fase do programa, as chances de entrar em conflito sobre conceitos fundamentais durante as fases de ensaio e produção são muito grandes, o que pode resultar em frustrações, egos feridos e uma equipe e um elenco confusos.

CENOGRAFIA E GRÁFICOS PARA A TELEVISÃO

Depois que o diretor visualizou a imagem do seu programa, é necessário transformar a sua idéia em pisos, paredes, colunas, portas, cortinas, móveis, cores e objetos que aparecem em cena, os quais, compostos de maneira própria, serão o cenário do programa.
A montagem se refere a como esses elementos são desenhados, arrumados e integrados no estúdio para criar o clima ou atmosfera para uma produção e oferecer aos artistas um ambiente de trabalho.
Os cenários e a montagem são elementos visuais importantes que contribuem para a dimensão do vídeo. Eles merecem tanta atenção quanto qualquer outra etapa da produção. A imaginação e o conhecimento das técnicas de televisão são fundamentais na criação de um cenário.
Um cenário deve providenciar o ambiente físico para a ação, funcionando bem para os artistas, para o diretor, para a equipe e para os telespectadores. Se o cenário não funcionar bem no seu trabalho de aspectos múltiplos, o programa pode sofrer as conseqüências.
Um cenário bem desenhado é concebido com a necessidade do artista em mente. Ele propicia oportunidades suficientes para o diretor explorar os ângulos de câmera e ainda estabelece o ambiente necessário para aguçar a percepção do telespectador.
O desenho de um cenário deve sugerir inúmeras e diferentes emoções: alegria, tristeza, solidão, tragédia, perigo iminente, fantasia. Mesmo cenários para programas não dramáticos devem tentar estabelecer uma atmosfera geral.

A dimensão das cores
A cor é uma propriedade da luz, não dos objetos ou líquidos. Ela adiciona uma nova dimensão ao cenário e tem obviamente um papel importante na produção. Mas o uso da cor deve ser cuidadosamente planejado e inteligentemente usado para ser mais efetivo. Por exemplo, extremos da escala de brilho devem ser evitados porque a câmera de televisão simplesmente não consegue distinguir as variações de cores nos dois extremos. A cor depende da interação de matiz, saturação e brilho.
Cores muito claras têm muito pouca saturação, por isso, não são bem reproduzidas na televisão em cores. Essas cores tendem a se misturar em um branco ou cinza claro uniforme. No outro extremo, cores escuras, que têm muito pouco nível de brilho, tendem a se fundir umas às outras como um cinza-escuro ou preto.
A maneira mais exata de avaliar uma cor em particular é vê-la em cena nas mesmas condições de posicionamento e iluminação em que ela vai ser usada no programa. O designer cênico tem de entender como a câmera televisiva traduz as cores para basear o uso delas aplicadas no seu cenário.
Quando não for possível experimentar as cores nas mesmas condições de produção, o melhor é reproduzir em escala menor um laboratório de testes, com luz, filtro e lentes parecidas com as usadas no estúdio. Quando a produção é feita em escala industrial, o investimento neste laboratório é mais barato do que testar no ar.
As câmeras de televisão e os aparelhos receptores têm limitações na reprodução de certos matizes. Vermelho, roxo e laranja podem causar problemas, especialmente quando essas cores estão altamente saturadas. Isso quer dizer que se deve usar essas cores cuidadosamente e evitar exageros.

"Atmosfera" das cores no cenário
As cores têm um papel importantíssimo na construção de uma atmosfera para um cenário.
Obviamente o esquema de cor para um programa noturno ou para um jornalismo sério com entrevistas em estúdio vai ser diferente do esquema de cor de um programa infantil para as manhãs de domingo. As cores de um programa infantil devem ser brilhantes e vivas, sugerindo um ambiente agitado e cheio de energia. As cores de um programa jornalístico nunca devem competir com o apresentador pela atenção do público; devem, sim, passar a idéia de uma atmosfera responsável e séria.
Um prisma de cores primárias é uma ferramenta importante na hora de selecionar as cores para cenário e figurinos.
As três cores primárias - vermelho, azul, e verde - aparecem em lados opostos às suas respectivas cores complementares. As cores que aparecem em lados opostos são as que têm melhor efeito quando combinadas em cena. Uma das razões pelas quais o azul é uma cor tão popular, para fundos em televisão, é que os tons de pele humana são variações da cor amarela.
Variações de brilho e saturação dentro da mesma família básica de matizes também funcionam. Por exemplo: o marrom e o laranja aparecem tão bem quanto um amarelo contra um fundo azul. Em algumas produções com figurinos muito elaborados, o designer de figurino também tem de coordenar o esquema de cor com o designer cênico.

Comunicação visual do cenário
Primeiramente, você depende do roteiro e dos conceitos que o diretor e o produtor vão ter do programa. A partir daí, você tem de considerar como o cenário vai apoiar esteticamente a produção. O que o cenário e a montagem devem comunicar para a audiência sobre o programa? Quais são os conceitos e objetivos gerais do programa? O programa é feito para informar, entreter ou ensinar?
Material de referência é fundamenal para um cenógrafo. Buscar fontes de referência, como catálogos de decorações de interiores, recortes de revistas e livros sobre decoração, é sempre uma boa idéia.
O designer deve apresentar sempre para o diretor e para o produtor um leque de possibilidades, questionando qual estilo vai funcionar melhor. Deve ser realístico, neutro e severo, estilizado ou abstrato?

Facilitando o trabalho no cenário
O designer tem de conhecer o plano de gravação do diretor, se as câmeras vão precisar de espaço extra para executar movimentos complicados e que ângulos especiais de câmera serão usados.
Os elementos de fundo, como arcos, móveis, portas, janelas e objetos, têm de estar organizados de maneira a facilitar o tratamento de composição de primeiro plano.
Um designer deve saber se o diretor planeja usar ângulos de câmera fora do comum. Por exemplo, um ângulo de câmera muito baixo pode exigir o uso de praticáveis para o cenário e artistas, e a construção de plataformas extra, altas, para o cenário, impedindo que as câmeras captem imagens fora do cenário.
O cenógrafo tem de saber se a produção vai utilizar equipamentos como microfone boom, gruas ou câmeras portáteis. O designer também vai precisar saber qual cenário que vai ficar diante das câmeras e se vai ter de acomodar equipamentos específicos, como os instrumentos de música ao vivo.
Produções gravadas em segmentos permitem mais flexibilidade ao designer cênico, pois um cenário pode ser desmontado quando uma gravação é completada e um outro montado, de um dia para o outro, para a gravação do dia seguinte. Não coloque elementos desnecessários em seu cenário; cada pedaço do cenário deve justificar sua inclusão. Caso você não possa justificá-lo, o melhor é tirá-lo; ele provavelmente vai distrair ao invés de ajudar na sua comunicação visual.
O cenário deve ser planejado para os artistas, apresentadores e convidados se sentirem o mais confortáveis possível, além de facilitar o trabalho da equipe técnica. O posicionamento dos móveis, a liberdade de movimento, o tamanho dos degraus, a posição de escadas e níveis devem ser planejados mantendo o artista em mente. Como os artistas vão usar o cenário é uma questão que você deve considerar de grande importância.


Simulação
As limitações de tempo sob as quais a maioria dos designers trabalha é o principal problema com o uso de modelos. Muitas vezes mal existe tempo para planejar um cenário e desenhar um rascunho, muito menos construir um modelo em escala com todos os detalhes.
No entanto, há produções elaboradas em que a complexidade e os custos justificam o esforço.
O rascunho é um desenho perspectivo produzido pelo designer cênico para permitir que o diretor, o produtor e os outros membros da equipe visualizem melhor o cenário proposto para uma produção.
Maquetes são muito úteis pois elas mostram a verdadeira profundidade do cenário, algo que mesmo o rascunho não pode fazer, e porque a iluminação, os ângulos de câmera e o ambiente de trabalho geral podem ser cuidadosamente estudados e planejados. Alguns designers gostam de construir modelos tridimensionais do cenário proposto usando cartolina, palitos de dente e papel colorido. Obviamente o modelo é construído em escala e idealmente deve refletir o esquema de cor também.


Campo de provas
É importante, em emissoras de televisão, desenvolver um campo de provas onde novos materiais possam ser testados tanto nos aspectos estético quanto nos de durabilidade e de segurança. Esse campo de provas pode ser montado em qualquer espaço livre da emissora. Ele terá de reproduz em escala o ambiente do estúdio em relação à iluminação. Dessa forma, os novos materiais podem ser testados com câmera e o resultado final analisado posteriormente no vídeo.


Visualizar
O trabalho de um diretor de programas para televisão está fundamentado na visualização de um programa muito antes de ele sair do papel e no senso estético apurado. O diretor implementa a idéia do produtor e tem que transformar idéias e conceitos para sons e imagens reais.

A equipe de produção
A produção é um grande trabalho de equipe, e o diretor tem de se esforçar para conhecê-la e fazer com que ela sinta que está contribuindo muito para a produção – porque ela está. Diretores experientes também cometem erros de vez em quando, porém uma equipe de produção que trabalha unida pode "salvar" uns aos outros pela cooperação. Se você e sua equipe se respeitam mutuamente, vão evitar experiências desagradáveis. Entre os diretores bem-sucedidos, a importância da equipe é um ingrediente fundamental. Lembre-se de que os equipamentos usados na produção devem ser operados por pessoas. O diretor pode trabalhar com atores e apresentadores, planejando os takes ou a estratégia do programa, mas quando chega o momento da execução o que você precisa é de uma equipe unida e profissional. Respeite a contribuição de todos; apreciação e valorização são ingredientes indispensáveis para a formação de uma equipe motivada. Dessa maneira, quando você pedir a sua equipe que ultrapasse seus limites, ela o fará de livre vontade. Comunicar-se bem é imprescindível para um diretor, afinal a equipe só pode fazer um bom trabalho se souber o que é esperado dela. Seja o mais claro e objetivo possível em suas explicações e a equipe se sentirá mais confortável, trabalhando com mais confiança.

Terminologia do diretor
A televisão exige uma comunicação precisa e direta, e deve ser compreendida por todos da equipe. Os comandos do diretor de imagens são dados em voz alta, para que todos os membros da equipe de produção entendam claramente a intenção dele.

Guia de comandos e termos para Switcher
1. Dar os comandos de maneira direta ocasionará menos erros. Exemplo; se você quiser dividir a tela com um wipe, usando a imagem da câmera 1 com outra imagem da câmera 3, diga: "Pronto para inserir câmera 1 em efeito wipe com a câmera 3. Wipe na inserção." Lembre-se de especificar a maneira como você quer que a inserção apareça, uma vez que o efeito geralmente pode ser inserido em corte seco, com um wipe.

2. A maioria dos switchers tem o recurso de velocidade do fade, da fusão ou wipe. Em alguns casos, porém, como programas ao vivo, esta operação acontece às vezes, inesperadamente. Quando isso acontece, você precisa indicar a velocidade. Uma contagem regressiva verbal precisa pode ajudar até o técnico de áudio, que pode ter de acompanhar a transição visual com um fade ou "segue" de áudio. Outra forma é usar a sua voz ou um movimento com a mão para indicar quão rápida ou lentamente você quer ver a transição acontecer na tela.

3. Um aviso antes de cada comando de mudança na mesa é útil para o operador de switcher, assim como para os operadores de câmera.

Tente dar o aviso logo antes da transição acontecer. Um aviso que vem com muita antecedência pode ser esquecido e um que vem muito tarde não dá ao operador tempo suficiente para se preparar. É importante avisar ao operador com antecedência a execução de transições complexas, tais como; fusões, wipes ou inserções em chroma key, que requerem que uma programação seja feita antes de poderem ser executadas. Treine seus comandos dando ponto e vírgula e marque um "Vai" ou um "Pronto" antes de cada transição. Vai ajudar muito os operadores.

4. Antes de começar um programa, converse com o operador de switcher sobre a execução de efeitos complicados.

Os comandos "fade, fusão, sobrepo-sição, inserção, key ou wipe" devem sempre ensaiar e "presetar" o switcher para as várias fontes de vídeo, antes que a transição ou o efeito possam ser produzidos. Especialmente em chroma key ou inserções, onde níveis de corte (clipping) devem ser estabelecidos, tente dar o máximo de antecedência possível no seu aviso para que o efeito possa ser montado e checado no monitor preview. Muitas vezes, para conseguir um bom recorte de chroma são necessários ajustes de luz e posicionamento.

5. O tempo em que as coisas acontecem
durante a transmissão ou gravação de um programa é muito curto. Ao invés de dizer "Pronto para cortar para a câmera 4... Cortar para a câmera 4,” diga "Pronto para take - 4... Take - 4.” Menos palavras tornam os comandos mais rápidos de serem dados e reduzem a chance de haver confusão. Uma vez que cortes são a forma de transição mais usada, você pode combinar tanto com o operador de switcher quanto com os de câmera que um "Vai" ou um "Pronto" sem outras qualificações constitui um comando para a execução de um corte seco. Por exemplo, "Pronto fusão para 2... Fusão 2". "Pronto - 1... Take - 1" (um corte).

Comandos e termos de câmera
Os termos usados pelos diretores para comunicar com os operadores de câmera têm uma pequena variação de estúdio para estúdio, porém, no geral, a nomenclatura é a mesma no mundo todo.
Durante a transmissão ou gravação de um programa, o diretor conversa com os operadores de câmera durante toda a produção, para que ele possa planejar e aperfeiçoar o enquadramento, composição e direcionar os movimentos. Por esse motivo, a terminologia a ser usada tem de ser única e curta, para que os operadores de câmeras reajam o mais rapidamente possível ao comando dado pelo diretor. Por exemplo, se um sujeito enquadrado não está suficientemente no centro, deixando muito espaço em branco à direita ou à esquerda da tela, isso pode ser corrigido facilmente apenas pedindo ao cameraman: "Pan para direita" ou "Pan para esquerda."



Escrevendo
Alfred Hitchcock dizia que os três elementos mais importantes para fazer um filme são: “um bom roteiro, um bom roteiro e um bom roteiro.” Na televisão, não é muito diferente; um produtor de programas eficiente depende do roteiro para saber o que fazer e quando fazer, antes de tirar da caixa os “brinquedos” caros. Isso quer dizer que gastar tempo e papel na pré-produção ainda é mais barato do que fazer experiências no estúdio ou em locação.
Mantenha sempre em mente qual é o seu público-alvo. Não importando quão amplo ou estreito seja o seu público-alvo, antes de escrever uma única palavra ou começar a desenvolver um conceito visual, você deve considerar a sua audiência. As palavras que você usa, as imagens que você mostra, os sons que você inclui, as técnicas de produção que você emprega – tudo isso é ditado em grande parte pelo seu público-alvo.
Escrever para televisão é um processo de Equipe no qual indivíduos trabalham juntos para se comunicar com o telespectador. A primeira tarefa do redator é pegar a idéia de um programa e transformá-la em palavras, sons, e imagens.
Em televisão, raramente toda a redação é feita por um único indivíduo. Os membros do time de produção que estarão geralmente mais envolvidos com a redação do roteiro vão ser o produtor, o escritor e o diretor. Um desses indivíduos pode executar mais do que um desses papéis em uma “posição hifenada”, tal como um produtor-escritor.
Em algumas situações de produção, tais como produtoras, ou estações de televisão, um indivíduo pode executar esses três papéis. Assim como o teatro é o meio do ator, o cinema do diretor, a televisão é o meio de comunicação do produtor, e a idéia para um programa geralmente se origina com o produtor. No papel de um produtor-escritor, após desenvolver a proposta do programa, ele pode também escrever o tratamento subseqüente e o roteiro, ou o produtor pode contratar um escritor para fazer isso. O roteiro geralmente inclui uma indicação dos sons e imagens, além das palavras a serem ditas, mas a pessoa que geralmente determina as cenas e transições visuais é o diretor.
Para ajudar a visualizar o roteiro escrito, o diretor pode trabalhar com um artista gráfico para produzir um storyboard.
Esse processo de ilustração pode ser descrito como redação visual.

Mensagem
Para escrever um roteiro para televisão, você depende, em grande parte, do tipo, do formato de programa que vai ser roteirizado.
Outra consideração importante que se deve manter em mente é a mensagem da produção. Devemos nos perguntar: Por que nós estamos fazendo isto? Quais são as metas e os objetivos da produção? Sem um conjunto de objetivos ou propósitos especificamente definidos, o roteiro não pode ter uma visão clara, e a produção com certeza vai ser menos eficiente.

Formato
Quando dizemos formato, referimos aos moldes nos quais você estabelece a estrutura e o estilo do programa. O formato de um noticiário é direto e claramente informativo, porém outras produções podem oferecer uma variedade maior de escolhas. Por exemplo, um programa educativo pode ser escrito com um formato "direto", porém o humor às vezes pode ser mais efetivo para comunicar ao telespectador as idéias e os conceitos necessários.
Mais uma vez, aqui entra a consideração do público-alvo e do propósito do programa. Às vezes alcança-se melhor um público pelo humor ou pela paródia, enquanto um formato direto funciona de maneira melhor para um público-alvo diferente. Existem situações nas quais você não tem muita escolha quanto ao formato. Por exemplo, se você estiver escrevendo um roteiro para um programa que faz parte de uma série, espera-se que você use o formato com o qual o público já se familiarizou.
Em outros casos, o conteúdo em si vai ditar um formato em particular. Um assunto muito sério – como um programa de notícias sobre seqüestro ou uma história sobre um acidente ferroviário – obvia-mente não pode ser colocado em formato humorístico. No entanto, alguns dos programas de televisão mais memoráveis são criados quando se correm riscos. Por exemplo, o humorismo que aplica de maneira eficiente formatos "besteirol". Obvia-mente, escritores da área de publicidade sempre tentam superar uns aos outros quando criam formatos novos e inesperados. Novas tecnologias também afetaram formatos de programas.
O telespectador quer ser surpreendido de maneira coordenada. A maioria dos programas televisivos tem uma subestrutura dramática – uma organização de elementos dramáticos e ação em três atos:
começo, meio e fim.
Não podemos esquecer do Modelo de Comunicação de Massa:
IDÉIA > pesquisa + fonte > Codificação > roteiro + produção > MENSAGEM <>

Introdução do Programa
Muitos produtores consideram a introdução uma das partes mais importantes do programa. O começo, ou abertura, executa funções similares. A introdução atrai a audiência, estabelece o assunto e o estilo do programa, apresenta os personagens e prepara o conflito ou problema. O começo pode tomar uma variedade de formas – como a "manchete" em um noticiário, ou os primeiros segundos de um comercial. Em todos os casos, o começo deve conter um gancho para prender o telespectador.

O corpo do Programa
Transmissões esportivas, game shows, e transmissões de entrega de prêmios têm o seu próprio drama embutido, geralmente destacado e aumentado pelos apresentadores. O corpo de qualquer programa segura e aumenta o interesse no programa. Isto pode ser feito em um drama com o desenvolvimento dos personagens, apresentação de novos personagens, adição de complexidade à trama, ou intensificação do conflito. Programas de noticiários e de entrevistas podem colocar histórias em uma certa ordem para manter a audiência ligada neles.

Encerramento ou final do Programa
Uma fita de teletreinamento pode terminar com um sumário ou com um resumo que finalize o processo.
Escrever para a televisão essencialmente envolve contar uma história de forma híbrida, combinando som e imagem. O programa deve terminar com um senso de coisa terminada, completa, para a audiência. Embora muitas reportagens sejam feitas em série e corram por vários dias, a maioria dos noticiários coloca uma história de interesse humano ou humorística no final do programa para o encerramento estrutural. A idéia é deixar o telespectador se sentindo um pouco melhor do que se sentiria se o programa tivesse terminado com o recente desastre.
Comerciais geralmente terminam com a identificação do produto, uma implicação ou um apelo direto para o público comprar o produto. Anúncios de utilidade pública geralmente terminam com um número de telefone ou endereço e um apelo. Programas dramáticos geralmente têm algum tipo de resolução no final de cada episódio, mesmo que todas as subtramas não estejam resolvidas.

Contando uma história
Não existe uma fórmula para contar uma boa história para a televisão; no entanto, existem diversos elementos que você freqüentemente vai encontrar na subestrutura de uma boa história dramática.
De certa maneira, o trabalho com o meio televisivo torna o processo mais fácil para o autor. Se a sua tarefa é descrever um chafariz, o fato de se ter a imagem de uma fonte ornamental à sua disposição é uma grande vantagem. No entanto, as imagens visuais da televisão podem, às vezes, atrapalhar o processo para o escritor. Pelo menos uma vez você ficou desapontado porque a imaginação do diretor responsável por um filme ou seriado baseado num livro não bateu com a sua e os personagens ou o cenário não combinaram com a imagem mental que você trazia? Esse é o mesmo problema que você vai enfrentar como um escritor para televisão. Você vai ter a oportunidade de influenciar o diretor antes de o texto ser convertido em audiovisual.

A Produção em TV

Um produtor trabalha com o interesse, a conveniência, e as necessidades do público. A visão e a antecipação constituem aspectos fundamentais para quem quer ser um produtor, pois só assim ele poderá prever as necessidades básicas de produção. Um produtor cria o programa na sua cabeça em primeiro lugar e deve comunicar sua mensagem de forma objetiva e efetiva para todos os envolvidos.
O produtor tem de trabalhar com elementos criativos, artísticos e com diferentes responsabilidades da área administrativa e financeira.
Todos esses elementos estão relacionados com a diversidade da experiência de um indivíduo e de seu nível de preparação. O conhecimento genérico de um produtor possibilita que ele adapte a solução para um problema de um tipo de experiência a uma situação nova. A pesquisa é fundamental para estruturar uma idéia de um programa de televisão. Experiência abrangente e pesquisa extensiva protegem você de sentidos não intencionais que se tornam prejudiciais à mensagem que você quer passar no seu programa.

O produtor executivo
A posição do produtor executivo, na produção independente, ou a do diretor de produção, no caso de emissoras de televisão, representa um pouco da posição de um maestro em uma orquestra. A música pode ser a mesma para duas orquestras diferentes, porém o estilo e as técnicas empregadas pelo maestro, em cada uma, fazem com que os resultados diferenciem em ambas.
Existem tipos diferentes de produtores de televisão com domínios e responsabilidades diversos. Os produtores, na maioria, são "produtores de equipe", que são empregados fixos de uma rede ou estação de televisão responsáveis por desenvolver e supervisionar a produção de um programa. Em emissoras locais e em produtoras, esses produtores geralmente trabalham em uma grande variedade de programas. A equipe de produção também consiste de empregados fixos ou freelances. Um programa pode ser produzido na emissora ou em empresas de produção independente.
Um tipo de produtor ligeiramente diferente é o produtor independente, que é um empresário, dono de uma produtora que vende programação para emissoras, agências de publicidade e empresas ou organizações patrocinadoras. O produtor independente monta um "pacote criativo" que ele vende para o comprador de programas. O pacote consiste na idéia do programa, o roteiro, o diretor, atores e a equipe de produção. O programa pode ser produzido tanto com estrutura técnica do produtor quanto da emissora de televisão. Uma vez que o projeto se completa, a equipe de produção freelance se dissolve e segue seu próprio caminho. No Brasil, o mercado de produções independentes é ainda muito restrito. São poucos os programas que ocupam um horário nobre ou, ainda, um espaço nas principais emissoras.
Existe uma regra básica de qualquer mercado que envolve tecnologia: investir em equipamentos e pessoas. Principalmente em televisão que tem como principal matéria-prima técnicas e criatividade.
O mercado de televisão está se abrindo através de mídias alternativas. Canais comunitários, canais a cabo e internet (WebTV) são algumas das novas portas que estão se abrindo para a produção independente. É toda uma massa criativa de profissionais que encontrarão espaço para comunicar suas idéias, passar suas mensagens.
Nos Estados Unidos, os produtores independentes são responsáveis pela maior parte dos programas de entretenimento das redes de televisão. O sindicato (network e syndicated) funciona para eles como distribuidor.
Produtores independentes podem supervisionar vários projetos simultaneamente. Nesse caso, eles atuam como produtores executivos, que inicialmente desenvolvem e vendem a idéia inicial. A supervisão diária do estúdio é feita por um de seus subordinados, que é chamado de produtor de linha. Produtoras locais geralmente trabalham mais para corporações com necessidades de comunicação, produzindo vídeo de treinamentos, institucionais, promo-cionais, de integração, e na produção de comerciais.
Uma das razões pela qual o produtor ocupa um papel central em televisão é pela própria natureza do negócio. A televisão requer uma fonte constante de materiais para produzir programas, e o produtor é essa fonte. O produtor de programas para televisão se envolve com o programa desde a sua fase de concepção até a sua transmissão ou distribuição final. O produtor deve dar um senso de continuidade e união para a produção, porque é a única pessoa que sabe como as diferentes partes de um programa vão se encaixar no formato final.

Ética e responsabilidade
O produtor é responsável pelos aspectos criativo, técnico e comercial do programa. Ele supervisiona tudo, desde a primeira reunião de pré-produção até a última edição do material gravado. Um produtor deve saber o suficiente sobre tudo, para produzir o melhor programa possível. Um produtor de televisão deve saber algo sobre os aspectos criativos, organizacionais e da programação televisiva. Um produtor é o líder; ele tem de promover a união do grupo responsável pela realização da produção. Ele deve possuir autoridade, adquirida pelo respeito, e tem de ser responsável e talentoso o necessário para planejar e tomar decisões difíceis!
O trabalho do produtor
Um produtor não pode ganhar o respeito da equipe se ele ou ela faz pedidos que não possam ser atendidos nos limites técnicos do meio. Você também deve saber o suficiente sobre o trabalho de cada membro da equipe para entender e avaliar a contribuição que cada indivíduo traz para o resultado final de um programa. O produtor deve saber se comunicar. Afinal, ele está lidando com pessoas criativas, inteligentes. Você deve motivar, inspirar, guiar e liderar a união, mas, acima de tudo, manter um grupo de pessoas diversificadas e às vezes temperamentais trabalhando juntas em direção a um objetivo em comum.
O produtor não precisa operar uma câmera, iluminar um cenário ou editar uma fita de vídeo; ele deve apenas saber o suficiente sobre esses e outros aspectos de produção para tomar decisões inteligentes. Caso contrário, você não saberá qual é a melhor decisão, e, conseqüentemente, o resultado do trabalho será comprometido. Um produtor deve sempre considerar a composição da sua audiência e desenvolver um programa que melhor se encaixe nos gostos e necessidades daquele público. A composição da audiência não é tão facilmente identificada para programas de rede, mas mesmo assim podemos começar a traçar um pouco deste perfil.
Algumas considerações básicas do produtor são: se a audiência é nacional ou local; se o público-alvo é constituído em sua maioria por homens, mulheres ou crianças; e qual a idade desse público.
Um exemplo que demonstra a diferença de métodos a serem aplicados em um programa do mesmo estilo pode ser percebido entre o “Programa de entrevistas para adolescentes” e um “Programa noturno de entrevistas”. Embora ambos sejam programas de entrevistas, o primeiro é direcionado a um público de adolescentes e jovens, enquanto o outro atrai uma audiência de todas as idades.
Um produtor deve decidir se dinheiro, tempo e inconveniência extras valem a atmosfera e o ambiente únicos que podem ser alcançados com a gravação em locação externa.
Outras considerações a serem feitas são: propósito, público e formato do programa.É lógico que um jogo de vôlei de praia deve ser transmitido através de uma unidade de produção externa. Muitas outras situações de produção, no entanto, não são tão claramente definidas e oferecem ao produtor várias opções de gravação. A decisão de usar ou não o estúdio depende do tipo de programa que você está produzindo e de sua estrutura, bem como do tempo e do dinheiro que você tem disponíveis para a produção. O trabalho em estúdio lhe ofegra é que as gravações em estúdio ficam menos caras do que as em locação externa, embora existam exceções à regra. Alguns programas se beneficiam da produção externa, especialmente aqueles que requerem cenários, objetos ou localizações que não podem ser reproduzidas facilmente em estúdio.

Nas produções ao vivo
O produtor geralmente tem menos controle do que em qualquer outro método de produção, embora o imediatismo, que acontece apenas na televisão ao vivo, possa aumentar o interesse do público. Problemas técnicos e erros de produção não podem ser consertados através da edição nos programas ao vivo, por esse motivo é importante contar com uma estrutura técnica confiável. Alguns produtores e apresentadores nos programas ao vivo trabalham com a atenção voltada para a tela do ibope (um resultado da pesquisa on line da audiência-minuto a minuto).
Eles se guiam pelos resultados, dando o ritmo do programa. Se a audiência se mantém em um bom percentual ou aumenta, a atração permanece no ar, porém, quando começa a cair, a produção rapidamente prepara uma nova atração em substituição à anterior. O ritmo dos programas com transmissões ao vivo é um elemento delicado,ao qual o produtor e o diretor devem dedicar muita atenção. Uma das maiores atrações da televisão ao vivo é seu imediatismo, sua interatividade, porém a imprevisibilidade das transmissões ao vivo é algo sempre a ser considerado. Se você tem a opção de produzir um programa ao vivo em fita, considere-a; é mais seguro, pelo menos no início...